Acrescido risco de sismo na central nuclear de Fukushima

16-02-2012 08:58

Estudo japonês e chinês diz que sismo reactivou falha sísmica perto da central

 

O risco sísmico na central nuclear de Fukushima 1 (Daiichi), no Japão, aumentou depois do terramoto de 11 de Março do ano passado, de magnitude 9.0. Um estudo publicado agora na revista «Solid Earth», da União Europeia de Geociências que utilizou dados de mais de seis mil terramotos demonstra que o sismo reactivou uma falha sísmica que se encontra perto da central nuclear. A investigação sugere que as autoridades japonesas devem reforçar a segurança da central para que esta possa suportar terramotos de grande intensidade.

 

O epicentro do sismo que afectou o Japão situou-se no fundo do mar, a 160 quilómetro da costa de Fukushima, tendo provocado um tsunami que afectou a central. Os investigadores japoneses e chineses que levaram a cabo este estudo concluem que um terramoto mais próximo da costa onde se encontra a central.

Um mês depois do terramoto, outro de magnitude 7 aconteceu em Iwaki, tornando-se na réplica mais potente do sismo principal, sendo o seu epicentro em terra, a 60 quilómetros sudoeste da central nuclear.

Existem algumas falhas activas na área da central nuclear e os nossos resultados mostram a existência de anomalias estruturais semelhantes nas áreas de Iwaki e Fukushima. Tendo em conta o terramoto que houve em Iwaki, cremos que é possível que ocorra um sismo similar em Fukushima, explica Dapeng Zhao, professor de geofísica da Universidade japonesa de Tohoku e director desta investigação.

Os investigadores analisaram seis mil tremores registados na zona, todos provocados por um movimento ascendente de fluidos magmáticos empurrados pela Placa do Pacífico. Estes fluidos movem-se até à crosta e podem gerar tensões sísmicas nas falhas. Esta situação de instabilidade reproduziu-se agora na zona onde se encontra a central nuclear.

Apesar de não saberem quando poderá um terramoto grava, os investigadores adiantam que as suas descobertas deveriam ter-se em conta não só para a central de Fukushima 1, como também para testar a segurança noutras centrais próximas, como Fukushima 2 (Daini), Onagawa e Tokai.

De referir que o Japão definiu um prazo de quatro décadas para desmantelar por completo a central e limpar todos os elementos tóxicos perigosos.

 

Artigo:  Tomography of the 2011 Iwaki earthquake (M 7.0) and Fukushima nuclear power plant area

 

Fonte: Ciência Hoje