As descobertas científicas de 2011

13-01-2012 14:19

Os leitores do Ciência Hoje elegeram como a descoberta científica mais importante de 2011 a demonstração de que os neutrinos podem viajar mais rápido que a velocidade da luz. Em minha opinião a escolha justifica-se plenamente pois vem contradizer a teoria da relatividade de Einstein, formulada em 1905. Esta teoria, simbolizada pela célebre fórmula E=mc2, postula que nenhuma partícula pode viajar mais rápido que a velocidade da luz.

Einstein fez uma previsão baseada em modelos matemáticos mas só 100 anos mais tarde e graças à tecnologia foi possível testá-la. É precisamente desta forma que a ciência avança: fazem-se primeiro previsões baseadas em modelos que depois são testadas experimentalmente. 

Duarte Barral: Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

 

Os modelos mais robustos tendem a durar mais tempo e a resistir aos testes da experimentação, mas nunca se pode afirmar que se provou que o modelo está certo. O que se pode dizer é que as evidências existentes validam o modelo. Até que surja eventualmente um resultado experimental que contradiga o modelo. Aí este tem que ser revisto, aperfeiçoado e novamente testado.

Bem ciente desta realidade, o próprio Einstein terá mesmo afirmado que “Nenhuma quantidade de experiências podem provar que estou certo, mas uma experiência pode provar que estou errado”. De facto, em ciência há mais dúvidas do que certezas e mais perguntas que respostas. Ainda bem que assim é pois a dúvida e a curiosidade são o catalisador que faz avançar o conhecimento humano.

Termino desejando a todos os leitores do Ciência Hoje um ano de 2012 com muito sucesso. Será certamente um ano exigente para a ciência em Portugal mas há razões para acreditar que a qualidade dos cientistas portugueses continuará a merecer o reconhecimento nacional e internacional e que seja um ano com descobertas notáveis.

 

Ver também as 10 descobertas científicas mais importantes de 2011 segundo a National Geographic

 

Fonte/Adaptado de: Ciência Hoje