Estruturas da vida poderão ter-se formado no meio interestelar

14-03-2012 11:44
Estudo do Centro de Investigação Científica francês criaram cometa em laboratório

 

As partículas elementares que terão contribuído para o aparecimento da vida na Terra foram identificadas, pela primeira vez, num cometa criado artificialmente em laboratório, divulga o Centro de Investigação Científica francês (CNRS). Apesar de serem ainda necessários vários estudos complementares, os resultados obtidos por uma equipa franco-alemã sugerem que “as primeiras estruturas moleculares da vida poderão ter sido formadas num meio interestelar, antes de atingir a Terra primitiva durante a queda de meteoritos e cometas”, escreve o centro em comunicado. Os resultados do ensaio figuram num relatório publicado na Internet pela revista «ChemPlusChem».

 

Para complementar a missão da sonda europeia Rosetta, lançada em 2004 e que deverá aterrar em 2015 no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para estudar a sua composição, os investigadores decidiram criar um cometa em laboratório. O objectivo foi antecipar os resultados da sonda, missão da responsabilidade da Agência Espacial Europeia (ESA), a partir dos componentes de uma “massa glacial interestelar simulada”, explica a nota informativa do CNRS.

 

Para criar o micro-cometa, a equipa do Instituto Astrofísico Espacial, liderada por Louis Le Sergeant d'Hendecourt, simulou as condições extremas do espaço (-200ºC e uma extensão onde não existem moléculas nem átomos) e trabalhou a partir de elementos que existem no meio interestelar (água, flúor de magnésio sólido, metanol e amoníaco), elementos esses que foram expostos a ultravioletas, como aqueles que são produzidos pelo sol.

Depois de 10 dias, os cientistas obtiveram alguns preciosos microgramas de matéria orgânica artificial”, conclui o comunicado.

 

Artigo publicado:

 

Press Release do CNRS:

 

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Fonte/Adaptado de: Ciência Hoje