Testemunhos da Royal Society acessíveis ao público

15-10-2011 13:11

Desde 1660 que a Royal Society de Londres tem recolhido documentos enviados por exploradores e cientistas de todo mundo. Agora, alguns destes objectos foram digitalizados e estão disponíveis no site da instituição desde esta sexta-feira.

Quem aceder às digitalizações, pode folhear os documentos e ler relatos de expedições feitas aos quatro cantos da Terra. Um dos testemunhos é de Edward Sabine que fazia parte de uma expedição ao Árctico com o objectivo de encontrar a rota Noroeste pelo mar. A viagem parou em 1818 quando o comandante do barco, John Ross, disse que viu uma montanha que bloqueava o caminho

“Sabemos das grandes aventuras heróicas a ambos os pólos, onde as pessoas arriscavam as vidas”, disse ao jornal britânico The Guardian Keith Moore, responsável pela biblioteca e arquivos do Centro de História da Ciência da Royal Society. “Aqui está uma descrição onde apesar de terem tido a oportunidade de encontrar a passagem por Noroeste, e estavam quase a consegui-lo, John Ross desistiu.”

No diário, Sabine mostra haver dúvidas sobre a decisão do comandante. Só Ross é que viu as montanhas e a tripulação já tinha vivido ilusões ópticas. “Eles estavam preparados para passar lá o Inverno, tinham óleo de baleia, carne de foca. Depois Ross decide que não vai naquela direcção”, explica Moore.

Segundo o especialista, este é apenas um dos 250 mil documentos que a instituição tem. “Desde 1660 que a Royal Society tem vindo a recolher documentos enviados de todos os lados do mundo”, explicou. Para já foram digitalizados 20.

Um dos documentos é uma carta de Benjamin Franklin, o cientista e político norte-americano que fez diversos estudos em electricidade, fala de uma observação que fez durante uma viagem no oceano. “Ele vê óleo a ser atirado para o mar por um cozinheiro do navio e observa as águas a acalmarem-se”, descreveu Moore.

Franklin tinha o hábito de pensar logo numa aplicação prática quando observava um fenómeno novo. Neste caso, o cientista sugere a utilização de óleo para acalmar o mar perto da costa em situações de salvamento de pessoas.

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