Lutetia é fragmento do material original dos planetas rochosos Asteróide está a ser estudado pelo Observatório Europeu do Sul

15-11-2011 15:09

Asteróide está a ser estudado pelo Observatório Europeu do Sul

 

Astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriram que o asteróide Lutetia é um fragmento que sobrou do material original a partir do qual se formaram a Terra, Vénus e Mercúrio. Com a combinação de dados da sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia, do New Technology Telescope, da ESO, e telescópios da NASA, os cientistas descobriram que as propriedades do asteróide assemelhavam-se às de um tipo raro de meteorito encontrado na Terra, que se pensa ter sido formado nas regiões interiores do Sistema Solar. Este facto sugere que a rocha se terá formado numa zona mais interna do Sistema Solar. Em determinado momento, a sua órbita mudou-o para a Cintura de Asteróides, entre Marte e Júpiter, onde ainda se encontra.

 

 

Astrónomos de universidades francesas e norte-americanas estudaram este invulgar asteróide detalhadamente, num grande intervalo de comprimentos de onda, com o intuito de determinar a sua composição.

O espectro foi comparado com o de meteoritos encontrados na Terra e que têm sido estudados extensivamente em laboratório. Apenas um tipo de meteorito – condritos enstatite, também conhecidos como condritos do tipo E – apresenta propriedades semelhantes a Lutetia em todos os comprimentos de onda estudados.

Estes meteoritos são conhecidos por conterem material que data dos primórdios do Sistema Solar. Pensa-se que se tenham formado perto do Sol ainda jovem e que tenham constituído o principal material de construção dos planetas rochosos.

Pierre Vernazza, o autor principal do estudo, esclarece que dos corpos situados na região onde a Terra se formou, apenas menos de dois por cento chegaram à cintura de asteróides principal. A maioria dos corpos desapareceu depois de alguns milhões de anos, incorporados nos jovens planetas em formação. No entanto, alguns do maiores, com diâmetros de 100 quilómetros ou mais, foram lançados para órbitas mais seguras, mais longe do Sol.

Lutetia, que tem 100 quilómetros, pode ter sido ejectado para fora das regiões interiores do Sistema Solar, devido à proximidade de um dos planetas rochosos, capazes de alterar drasticamente a sua órbita. Um encontro com o jovem Júpiter durante a sua migração para a actual órbita, pode justificar igualmente a grande variação de órbita de Lutetia.

Artigo: «Asteroid (21) Lutetia as a remnant of Earth’s precursor planetesimals»

 

Fonte/adaptado: Ciência Hoje