Robô humanóide da NASA é activado na ISS

23-09-2011 12:36

O programa do robô humanóide da General Motors (GM) e da NASA assinala um novo marco científico e tecnológico na Estação Espacial Internacional (International Space Station – ISS). O Robonaut 2, ou R2 como é vulgarmente conhecido, um robot humanóide desenhado e construído para apoiar os astronautas, foi activado e iniciou a primeira série de experiências desde que foi entregue aos astronautas, em Fevereiro, numa missão do Space Shuttle Discovery.

Os operadores na missão de controlo em Houston (EUA) activaram os computadores principais do robot – localizados no estômago do R2 – e os mais de 30 processadores incorporados nos braços e articulações de controlo. "Os electrões estão bons! Um pequeno passo para o homem, um salto gigante para os homens de metal” referiu o Robonaut no seu primeiro post no Twitter. "É claro que gostaria de poder girar a cabeça e olhar à volta”, acrescentou no comentário. O R2 está activo e presente no twitter através da sua conta @astrorobonaut onde responde às questões de mais de 40 mil seguidores.

 

 

No primeiro teste, que durou duas horas, o astronauta norte-americano Michael Fossum e o japonês Satoshi Furukawa colocaram o R2 na sua base fixa, na lSS, e assistiram ao controlo do robot por parte dos operadores na Terra. As quatro câmaras presentes na cabeça dourada que lhe servem de olhos foram igualmente ligadas, tal como a de infra-vermelhos, localizada na boca do robot, utilizada para calcular a percepção de profundidade.

O robot, que já viajou no Discovery para a ISS, fará este mês os seus primeiros movimentos comandados pelos controladores na Terra, nomeadamente movimentos da cabeça, mãos, braços e articulações de modo a que os engenheiros possam calibrar e ajustar os sistemas de controlo e sensibilidade.
 

"À semelhança de um membro da tripulação que precisa de se habituar à gravidade zero, o R2 necessita, igualmente, de se mexer e aprender o que é preciso para se mover com gravidade zero”, explicou o responsável de projecto Nicolaus Radford. "Estamos muito emocionados já que demorou muito tempo até ser possível activá-lo", continuou.

General Motors e Nasa

O Robonaut 2 foi desenhado e construído pela General Motors para apoiar os astronautas da ISS nas tarefas do dia-a-dia, ao mesmo tempo que ajuda a GM/Chevrolet a desenvolver uma tecnologia de vanguarda de controlo, sensores e de visão utilizada para criar automóveis e locais de trabalho mais seguros. A parceria da NASA com a GM para o R2 faz parte de uma longa linha de programas de ciência e tecnologia iniciada com as lendárias missões lunares Apollo dos anos 60.

Também foram os engenheiros da GM que conceberam e construíram a bateria em prata e zinco que alimentou o módulo de descida da Apollo, enquanto um computador de orientação da GM e uma plataforma de instrumentos inerciais levou-a à Lua.

Além do programa lunar, a bateria solar do Lunar Rover, que transportou os astronautas até à Lua há 40 anos, levou ao desenvolvimento de veículos eléctricos como o Chevrolet Volt que podemos ver actualmente nas estradas.


Bateria do Volt e engenharia espacial

Em 2009, os engenheiros da Chevrolet que trabalhavam no programa Volt voltaram-se para a NASA em busca de uma solução de refrigeração que assegurasse que a bateria do veículo poderia funcionar todo o dia, evitando assim a ansiedade de falta de energia.
 

A bateria do Volt dispõe de uma cobertura térmica avançada, semelhante à cobertura especial do space shuttle, que aquece e arrefece a bateria do automóvel, assegurando aos proprietários a carga máxima de cada vez que ligam e carregam os seus carros eléctricos, seja Verão ou Inverno.

“Cada bateria, seja ela de um portátil ou carro eléctrico, tem um ponto de temperatura que oferece a mistura de potência de saída, capacidade de energia e durabilidade. Por isso, foi dada muita atenção para se manter a bateria na temperatura correcta em todos os tipos de condições atmosféricas com base em tecnologia inspirada na NASA”, acrescentou Jon Beresia, Director de engenharia da Chevrolet.

Da mesma forma que a cobertura protege o Space Shuttle do frio espacial e do calor na reentrada na atmosfera da terra, no Volt a cobertura de alta tecnologia bombeia frio ou calor através da bateria, assegurando uma distribuição uniforme da temperatura para se obter o máximo alcance.

A parceria espacial tem uma continuidade que vai para além do R2. É visível também numa segunda geração do Lunar Rover, que a NASA prevê utilizar nas futuras missões de regresso à Lua, em que voltam a precisar de um veículo para percorrer as crateras. A equipa responsável pela bateria que alimentará o pequeno Rover pressurizado que a NASA espera utilizar numa nova missão à Lua em 2020 solicitou ajuda à GM para a apoiar no projecto que utiliza a tecnologia da bateria inspirada no Volt.

 

Fonte/Adaptado:; Ciência Hoje

Mais informação:  Missão Robonaut (NASA/JSC)