Descoberta de um exoplaneta negro

16-08-2011 14:51

Planeta negro “como o carvão”. Exoplaneta TrES-2b é, que se conheça, o mais escuro do Universo

 

 

Astrónomos do Instituto de Astrofísica Harvard-Smithsonian (EUA) descobriram o planeta mais escuro (até agora) do Universo. É o exoplaneta TrES-2b, um gigante de gás do tamanho de Júpiter. Situa-se a 750 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Draco, e foi descoberto em 2006 durante o Trans-Atlantic Exoplanet Survey. Este astro reflecte menos de 1 por cento da luz da estrela que orbita, o que faz com que seja uma planeta “tão negro como o carvão”.

 

Pelo que conseguimos perceber”, afirma em declarações á revista «ScienceNews» o astrónomo David Kipping, um dos autores da investigação, “o TrES-2b é muito menos reflector do que a tinta acrílica preta, o que torna este mundo muito bizarro”.O estudo está publicado na «Monthly Notices of the Royal Astronomical Society».

 

O planeta Júpiter está envolvido em nuvens brilhantes de amoníaco que reflectem mais de um terço da luz do sol que recebe. Ao contrário deste, este exoplaneta não tem nuvens reflectoras porque está muito mais perto da sua estrela (4,8 milhões de quilómetros) e as altas temperaturas (mais de 980 graus célsius) impede que as nuvens se formem.

 

A sua atmosfera tem compostos químicos que absorvem a luz, como o sódio, o potássio e óxido de titânio (em estado gasoso). No entanto, os cientistas admitem que a presença destes elementos não explica totalmente a escuridão do planeta.

 

Dados do telescópio espacial Kepler combinados com outras observações, permitiram que os investigadores medissem o brilho do sistema planetário TrES-2 quando o TrES-2b orbitava em torno da sua estrela para, assim, detectar o seu trânsito, ou seja, procuraram uma pequena diminuição do seu brilho que aconteceria quando o planeta passasse à frente da estrela.

 

Ao combinar a precisão do Kepler com outras observações percebeu-se que a mudança registada no brilho era a menor que já se tinha observado num exoplaneta.

Artigo: Detection of visible light from the darkest world

 

Fonte: Ciência Hoje