Centrais nucleares submarinas

30-03-2011 09:48

As novas centrais nucleares submarinas

O grupo francês DCNS (de construções navais) apresentou recentemente o projecto de um novo reactor nuclear – Flexiblue – de pequeno porte e que será instalado no mar e que permitirá alimentar entre cem mil e um milhão de casas – o equivalente a uma cidade.

A tecnologia terá uma potência de 50 a 250 megawatts (contra 900 a 1200 de um reactor nuclear tradicional). O primeiro protótipo deverá ser lançado em 2013.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), 68 países já estão interessados a este acesso de energia nuclear civil. A demanda ascende os 200 reactores para os próximos anos. O conceito é simples e funcional: um tubo de cem metros de comprimento com 15 metros de largura, onde se integram uma caldeira nuclear e uma central eléctrica que transformem energia corrente.

Esta unidade de produção energética nuclear submergida a uns cem metros da superfície é de pequena potência e, por isso, económica. Os cabos, e sistemas auxiliares, encaminharão a electricidade produzida para a costa, que estará a quilómetros.

Economia e segurança


O projecto promete ser muito mais simples do que as centrais nucleares tradicionais e à medida que as necessidades de produção aumentem, mais ‘Flexiblues’ podem ser instalados lado a lado para criar uma espécie de quinta nuclear, defendem os responsáveis pelo projecto. A tecnologia depende de uma produção estandardizada, sem grandes construções e de desmantelamento simples e os custos de exploração são inferiores aos de um reactor convencional – o que torna a energia nuclear bastante competitiva face à eólica ou solar.

A tecnologia é atractiva, mas as questões de segurança são importantes, pois por exemplo, uma fuga no carburador radioactivo no oceano poderá destruir toda uma ecologia submarina numa região. Entretanto, a empresa está a trabalhar na protecção do reactor, onde o ‘coração’ será protegido por três barreiras: a bainha do combustível, o circuito primário e a concha. Ainda para evitar as agressões terá em redor uma rede que permitirá de cessar os torpedos.

 

Adaptado de Ciência Hoje