Galáxias ‘reciclam’ hidrogénio e outros elementos para criarem novas estrelas

25-11-2011 13:21

Investigação utilizou dados do telescópio espacial Hubble, da NASA

A partir de observações com o telescópio espacial Hubble, da NASA, os astrónomos chegaram à conclusão que as galáxias são especialistas em ‘reciclagem’. Isto porque reutilizam sucessivamente grandes volumes de hidrogénio e elementos pesados para criarem novas gerações de estrelas. Esta prática tem como objectivo evitar que as galáxias esvaziem os seus ‘tanques de combustível’ e prolonguem a sua função de formação de estrelas durante mais de 10 mil milhões de anos. Este tema é abordado em três artigos complementares publicados na revista «Science». Um dos objectivos dos estudos era perceber como galáxias como a Via Láctea somam massa com a formação de estrelas. Estas descobertas, dizem, são um desafio para os modelos teóricos sobre o papel dos fluxos de gás na criação de galáxias.

 

Os astrónomos acreditam que a cor e a forma de uma galáxia são parcialmente controladas pelo gás que flui através de um extenso halo que existe à sua volta composto de hidrogénio, hélio e elementos pesados como carbono, oxigénio, nitrogénio e neónio, em contraposição à matéria escura.

 

Foi o Espectrógrafo das Origens Cósmicas, do Hubble, que ajudou a detectar o halo de gás que cobre a Via Láctea e outras 40 galáxias. As observações de estrelas distantes com este aparelho mostram que uma grande massa de nuvens se precipita através do halo gigante da Via Láctea, o que favorece a formação de estrelas.

Estas nuvens de hidrogénio quente residem no disco de 20 mil anos-luz da Via Láctea e contêm material suficiente para gerar cem milhões de estrelas. Parte deste gás é material reciclado que é continuamente alimentado pela formação de estrelas. A energia explosiva das estrelas novas e das supernovas geram novamente gás quimicamente enriquecido.

 

Artigos:

The Large, Oxygen-Rich Halos of Star-Forming Galaxies Are a Major Reservoir of Galactic Metals


The Hidden Mass and Large Spatial Extent of a Post-Starburst Galaxy Outflow


Gorgeous Galaxies

 

Fonte: Ciência Hoje