Nanotubos de carbono actuam como capas de invisibilidade

05-12-2011 09:00

Estudo da Universidade do Michingan publicado no «Applied Physics Letters»

Vários estudos sobre nanotubos de carbono demonstraram já as suas propriedades únicas como a capacidade de absorção da luz. Foi aplicando esta característica que um grupo de cientistas da Universidade do Michigan conseguiu camuflar um objecto tridimensional. Os nanotubos de carbono (Carbon Nanotubes, CNTs) “actuam como uma tela negra mágica que pode ocultar completamente uma estrutura”, escrevem os investigadores. Nesta experiência, os investigadores conseguiram que um relevo microscópio com forma de tanque de guerra ficasse invisível. Os resultados desta investigação estão publicados na revista «Applied Physics Letters».

 

 

Este material, descoberto no Japão em 1991, além de absorver a luz incidente em vez de a dispersar, é poroso, oco, muito leve e tem uma alta resistência mecânica. Foi o índice de refracção da luz (medida que indica a redução da velocidade da luz ao propagar-se) a propriedade que mais interessou aos investigadores. As florestas de nanotubos têm uma densidade muito baixa e um baixo índice de refracção.

A experiência consistiu em fabricar com silício uma imagem tridimensional de um tanque de guerra. Quando a imagem foi iluminada com uma luz branca podiam ver-se os seus contornos. Depois da aplicação dos nanotubos de carbono, a luz foi absorvida de modo que só se conseguia observar uma espécie de tela negra.

Recentemente, vários centros de investigação, incluindo da NASA, propuseram o uso do carbono para desenvolver capas de invisibilidade. As aplicações podem ser variadas. Um estudo da Universidade do Texas indicava que o material podia ser utilizado para camuflar veículos militares.

Os cientistas da NASA acreditam que o material pode servir para desenhar equipamentos resistentes à luz capazes de medir objectos celestes distantes, como planetas que orbitam estrela fora do Sistema Solar.

Artigo: Low density carbon nanotube forest as an index-matched and near perfect absorption coating

 

Fonte/adaptado de: Ciência Hoje