Réptil marinho gigante descoberto em Angola
Réptil marinho gigante põe Angola na história da Paleontologia
Português da Universidade Nova de Lisboa integra equipa PaleoAngola
![Réptil marinhos gigante. (Projecto paleoAngola)](https://www.cienciahoje.pt/files/50/50463.jpg)
Um fóssil de um réptil marinho gigante foi descoberto pelo investigador brasileiro José Luiz Neves, na orla marítima da barra do Kwanza, em Angola, segundo divulgou hoje a agência angolana Angop. Segundo o cientista, o fóssil pertence a um dos maiores predadores de todos os tempos, com pelo menos dez metros de comprimento e em vida pesava mais de dez toneladas.
“Sinto-me extremamente agraciado por essa descoberta e serve como retribuição ao país que me acolheu de braços abertos para colaborar no seu desenvolvimento”, referiu Neves, sublinhando que agora “Angola entra para a história da Paleontologia, colaborando para desvendar o passado remoto do Planeta Terra e ajuda a escrever a sua história”.
Encontrado a 170 quilómetros de Luanda, Entre-Os-Rios Kwanza e Longa, de acordo com o perito, até ao momento, esse pliossáurio será o primeiro fóssil de réptil marinho em África, tendo sido outros espécimes encontrados em Inglaterra, na Noruega, na Austrália e no Alasca.
Especialista na área ambiental, com mais de 27 anos de trabalho na área petrolífera, José Neves localizou o fóssil do réptil gigante marinho em Março, quando passeava com os filhos e, ao mesmo tempo, realizava pesquisas para o projecto de mestrado sobre fitoplânctons (seres marinhos microscópicos).
O investigador encontrou fósseis de gastrópodes, artrópodes, belemnites, nautilos, bivalves, um pequeno mamífero primitivo por identificar, peixes, e outros animais. Essas descobertas dão uma visão real de como foram as eras eco e paleofauna, no final do cretáceo, quando a América do Sul já estava separada de África, com o oceano Atlântico banhando os dois continentes, segundo o investigador.
Já foram dados os passos para o registo das descobertas e contactos foram feitos com o Museu Nacional de História Natural e com o projecto PaleoAngola, que integra o português Octávio Mateus, da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, para que se possa agregar estas descobertas às importantes pesquisas já feitas anteriormente.
Fonte: Ciência Hoje